O Seminário “Energia: Desenvolvimento, Desafios e Oportunidades” foi um projeto elaborado pela FIRJAN conjuntamente com o Cluster Tecnológico Naval (CTN-RJ) ocorrido no dia 30/05, com o objetivo de debater e analisar o setor energético brasileiro. O evento contou com as falas de: Paulo César Magalhães Domingues (Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME), Rodolfo Saboia (Diretor Geral da ANP), Heloisa Borges Esteves (Diretoria de Petróleo e Gás de Biocombustíveis da EPE), Daniel Lamassa (Secretário de Óleo e Gás do Estado do Rio de Janeiro), Sandro Yamamoto (Diretor técnico da Associação Brasileira de Energia Eólica), Márcio Trannin (1º vice-presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), Leonam dos Santos Guimarães (Diretor da Eletronuclear), Celso Cunha (Diretor ABDAN) e Antônio Carlos Soares Guerreiro (Diretor-Presidente da Amazônia Azul tecnologias de S.A).
O debate sobre o setor energético brasileiro se torna cada vez mais necessário. Segundo dados trazidos por Domingues em sua apresentação, o Brasil ocupa a 7ª posição no ranking mundial de produção e exportação de petróleo. Ademais, o palestrante mencionou o peso internacional que o país possui sendo um dos que possuem uma das matrizes mais limpas e renováveis no mundo. Por possuir um arsenal favorável ao desenvolvimento do setor de energia, Domingues ainda menciona que “espera-se que o Brasil seja um dos principais players do mercado internacional de hidrogênio”. O setor de óleo e gás também vem desempenhando um papel relevante, levando em consideração o novo setor de E & P (exploração e produção) que vem sendo desenvolvido, como mencionado por Saboia, o qual possibilita que novos agentes possam emergir.
Heloisa Esteves destaca em sua apresentação como a mudança da agenda internacional, agora focada em questões ambientais, promoveu essa busca pela transição por energias que fossem renováveis. Nesse sentido, a biomassa tem emergido como um agente secundário para esse processo de transição, especialmente com o aproveitamento da biomassa vinda da cana de açúcar. Esteves menciona que o Brasil já vem aderindo às políticas públicas objetivando maior valorização e uso dos biocombustíveis, como pelo uso de veículos flex e até a partir da adição de etanol na gasolina. Há uma perspectiva de crescimento para o consumo de biocombustíveis, especialmente pela alta demanda do setor aeroviário.
Daniel Lamassa se propôs a trazer um balanço de como o setor energético do estado do Rio de Janeiro vem agindo para o seu maior desenvolvimento. Além do Programa de Revitalização e Incentivo à Produção de Campos Marítimos (PROMAR), que se propõe a incentivar o setor com processos menos burocráticos e com a criação de cadeias produtivas, o Novo Mercado Livre de Gás do RJ promove a livre concorrência como forma de incentivo ao mercado. Ademais, a criação da Rota 3, em Itaboraí, pretende aumentar a produção do gás natural, bem como melhorar o seu escoamento a partir da criação de novas rotas. Além desse programa, o estado do Rio de Janeiro também possui alta capacidade investimento no setor eólico onshore, sendo um destaque o Parque São Francisco de Itabapoana. Yamamoto traz em sua apresentação que esse setor tem capacidade de melhor desenvolvimento se levado em consideração que o Brasil ocupa a 6ª posição mundial no que se refere à capacidade instalada, sendo 9,4% de sua energia total consumida eólica. O maior desafio, segundo Yamamoto, é saber como usar esse potencial de maneira competitiva.
O debate sobre a energia solar foi tratado por Márcio Trannin, que apontou o Brasil como um dos países com os melhores recursos solares do mundo, ocupando o 13º lugar no ranking de capacidade solar fotovoltaica, a qual vem ocupando uma alta posição em leilões, demonstrando sua capacidade competitiva no mercado. Por fim, o debate sobre energia nuclear contou com as apresentações de Leonam Guimarães, Celso Cunha e Antônio Carlos Guerreiro. Foi destacada a participação do estado do Rio de Janeiro neste setor com as usinas de Angra I, II e III, as quais trazem efeitos socioeconômicos positivos, bem como a capacidade de aumento da capacidade energética do país. Levando em consideração que o Brasil se posiciona como a 9ª maior reserva de urânio, algumas oportunidades destacadas para esse setor por Celso Cunha foram: “a produção de radioisótopos, novas tecnologias, fornecimento de combustível […]”. Além disso, Guerreiro aponta como a energia nuclear pode ser diversa, tendo presença tanto na produção no setor militar em submarinos e porta-aviões, como até mesmo no agronegócio na ajuda de durabilidade de alimentos.
O evento pode ser conferido na íntegra através do link.