A Marine Maritime Academy – Faculdade localizada em Maine – e a Sea Machines Robotics – uma das empresas líderes em desenvolvimento de sistemas autônomos para embarcações – anunciaram um programa em parceria para oferecer o ensino prático de comando e controle de navios de superfície autônomos para os seus estudantes. Através do uso de embarcações que estão sendo equipadas com esse sistema, o programa ajudará a empresa a documentar a capacidade da sua tecnologia e a mapear a consciência situacional marítima, segurança, eficiência energética entre outros fatores.
Em todo o mundo, projetos de desenvolvimento de tecnologia autônoma têm tido grande visibilidade e recebido altos investimentos, tanto do governo quanto da iniciativa privada. Definido como o futuro da indústria marítima, essa tecnologia tem aplicações no meio militar e civil, podendo contribuir para a redução de acidentes, aumento da produtividade, competitividade e eficiência operacional do transporte marítimo. As pesquisas consideram que a introdução da tecnologia autônoma diminuiria consideravelmente os riscos e erros derivados do fator humano, além de não precisar se preocupar com questões como cansaço da tripulação. Além disso, ataques a embarcações com esse tipo de tecnologia não deixam vítimas.
Apesar do foco ser a construção de navios completamente autônomos, esses projetos ainda estão em fase de desenvolvimento e testes nas grandes potências tecnológicas do mundo. A maior parte desses testes são realizados em embarcações de menor porte, como é o caso do navio Maxlimer, desenvolvido pela empresa inglesa Sea-KIT e atualmente em rota de navegação para cruzar o oceano Atlântico. Ao fim da missão, essa pequena embarcação de 12 metros de comprimento terá navegado a rota mais longa com tecnologia autônoma até o momento.
Outro exemplo desse tipo de projeto é a embarcação Yara Birkeland, fruto de uma parceria entre a empresas norueguesas Yara e Kongsberg. Sendo o primeiro porta-contêineres autônomo e 100% elétrico do mundo, o projeto anunciado em 2017 teve suas construções paralisadas devido à pandemia do Covid-19. Ainda que essa tecnologia já seja uma realidade na indústria marítima, a sua aplicação está envolta de debates quanto ao seu uso ético e moral, a falta de regulamentação das mesmas, o impacto do seu uso nos empregos do setor de transporte e a sua sustentabilidade. Para que a sua utilização seja permitida em larga escala, há a necessidade de maior definição política e normativa do seu uso.